O Sabbat de Lammas

A palavra sabbath (também grafada como “sabá” ou “sabbat”) possui uma etimologia diretamente ligada ao termo hebraico Shabat (שבת), mas seu uso específico para designar reuniões de bruxas representa uma apropriação feita durante a Idade Média, especialmente entre os séculos XIV e XVI, que neste tempo e contexto, incluía elementos como voos noturnos, reuniões com o demônio, banquetes, danças e práticas consideradas sacrílegas.

Na bruxaria contemporânea, especialmente na Wicca e outras tradições neopagãs, os sabbats foram ressignificados como celebrações dos oito festivais sazonais que marcam o “Roda do Ano”.

Segundo algumas fontes modernas, existe também a teoria de que o termo sabbat nas tradições pagãs deriva do francês antigo s’ebattre, significando “divertir-se”, e oferecendo uma etimologia alternativa desconectada do hebraico.

Os oito Sabbats da Roda do Ano, referem-se ao calendário ritual de celebrações da natureza e como as estações não ocorrem simultaneamente nos dois hemisférios, os praticantes da Wicca e outras linhas da bruxaria moderna do Hemisfério Sul adaptaram as datas originais, criadas no Hemisfério Norte, originando duas versões principais: Roda Norte e Roda Sul.

Nossa escola, o Instituto Mistae, segue o que chamamos de Antiga Tradição, ou seja, é fundamentada na observação da natureza (céu, terra e dimensões sutis), que está próxima, mas não igual, ao que comumente chamam hoje de Bruxaria Natural.

Por isso, não adaptamos datas, nem seguimos tabelas, mas sim, olhamos para o céu (estrelas e astros) em conjunto com a terra (estações) para sabermos o que eles nos apresentam e ensinam e assim compreendermos o tempo destas celebrações.

A próxima celebração, ou Sabbat, que acontece no mês de Agosto na espiral do tempo, marca o eixo e portal que fala de frutos, grãos e sementes e é conhecida como Lammas, ou como Lughnasadh.

O nome “Lammas” vem do inglês antigo “Loaf Mass”, ou “Missa do Pão”, uma tradição que acabou por ser cristianizada quando os primeiros pães da colheita eram levados à igreja em agradecimento. Já o nome “Lughnasadh” tem origem celta, em honra ao deus Lugh, o senhor da luz e da colheita. Diz-se que ele instituiu o festival em memória de sua mãe adotiva, Tailtiu, que morreu após preparar a terra para o cultivo. Portanto, é uma celebração que fala do plantio e da colheita e do sacrifício invisível que permite que a vida continue.

A Wicca e a bruxaria moderna fixaram essa data em 1º de Agosto no hemisfério norte e 2 de Fevereiro no hemisfério sul, mas na antiga tradição, tendo como base a natureza (céu e terra), é no dia de Lua Cheia do período em que o Sol está na constelação de Leão que acontece este momento energético e poderoso. Em 2025 essa data tão especial acontecerá em 09 de Agosto.

A Lua Cheia de Agosto traz a fertilidade, as realizações dos desejos, a abundância, o amor e o acesso aos segredos da vida, em um contexto de coletividade, já que estará na constelação e Aquário, o elemento ar, a soprar as sementes para todos.

Já o Sol, estará na constelação de Leão, trazendo para este momento a o poder dos bens materiais e, portanto, a prosperidade dos grãos e sementes, dando coragem para colocar esforços, elemento fogo – ação, que trarão resultados que sustentarão a vida em seu ciclo.

Vale lembrar que este momento também nos leva a refletir sobre as sementes que preparamos e grãos que nutrimos não somente no físico, mas também no emocional, mental e espiritual.

Uma tradição desta data é o partilhar dos pães, agradecendo a generosidade da Terra. O pão em especial, além da representação simbólica como alimento básico para o ser humano, reúne magicamente os 4 elementos de maneira bem destacada: O trigo que vem da terra, a água que compõe a massa, o fermento que traz o ar e finalmente o fogo que o assa.

Seguindo essa tradição, ensinamos uma deliciosa receita de Pão de Lammas

Pão de Fubá com Grãos de Milhos Dourados

Ingredientes:

  • 400 gr de grãos de milho em lata ou de espiga debulhados
  • 1 ½ xícara de fubá (240 g )
  • 1 1/3 de farinha de trigo (160 g )
  • 1 colher de chá de sal
  • 3 colheres de sopa de açúcar
  • 7 colheres de óleo
  • 2 ovos
  • 2 xícaras de leite (480 ml )
  • 3 colheres de fermento em pó
  • 6 colheres de manteiga
  • ½ cebola ralada

Refogue os grãos de milho em 3 colheres de manteiga com a cebola até dourar. Deixe escorrer sobre uma peneira e reserve.   Misture o fubá, a farinha, o sal, o açúcar e o óleo. Junte os ovos com o leite, mexa e adicione a mistura anterior, mexendo sempre. A massa ficará quase líquida. Unte uma assadeira com manteiga e polvilhe fubá. Acrescente o fermento e os grãos de milho a massa. Coloque a massa na forma e asse em forno quente pré-aquecido, por 35 minutos ou até que enfiando um palito saia limpo. Retire o pão do forno pincele com manteiga e deixe esfriar na forma.